domingo, 20 de abril de 2008

PÁTRIA LIVRE, VENCEREMOS! TODO CAMBIA

Foto: Agência Carta Maior

Todo cambia, tudo muda..."cambia, todo cambia...Pero no cambia mi amor, por mas lejos que me encuentre, ni el recuerdo ni el dolor, de mi tierra y de mi gente"...Pense numa pessoa com olhos brilhando, com o coração disparado de esperança, com a consciência de que está sendo testemunha de um novo tempo na nossa América Latina. Assim estou. Brotam no nosso solo latino flores vermelhas de mudança e a mudança é um processo, com avanços e recuos, contradições e conflitos.

A candidata Blanca Ovelar, do Partido Colorado, já admitiu a derrota. Fernando Lugo será o novo presidente do Paraguai e, com ele, estão os campesinos e os indígenas numa colisão muito plural e com contradições. Acredito, porém, que se Lugo não se divorciar da sua história e dos seus princípios, construirá com seu povo a República Independente e Livre do Paraguai.


Saio a caminhar
Pela cintura cósmica do sul
Piso na região
Mais vegetal do tempo e da luz
Sinto ao caminhar
Toda a pele da América em minha pele
E anda em meu sangue um rio
Que liberta em minha voz
Seu caudal

(Armando Tejada Gómez Y César Isella)

Mercedes Sosa - Canción con todos

7 comentários:

Unknown disse...

Que linda essa música cantada pela Mercedez...Bom feriado por aí!

Unknown disse...

Estou feliz...sei que não existem salvadores da pátria, sei que eles enfrentaram grandes problemas..e possivelmente terão grandes decepções, mas somente o caminhar, pode dar um pouco mais de esperança...
que rolem as pedras para que nelas não fiquem os musgos...

Maria-Sem-Vergonha do Cerrado disse...

que rolem mesmo as pedras, Kelly, e elas estão rolando. Lugo não é um salvador da pátria, assim como não foram e não são outros líderes. Embora o senso comum alimente e deseje salvadores da pátria, sabemos que o movimento da história é feito pelo coletivo por meio da ação ou até mesmo da omissão.Mas se Lugo mantiver as rulações como os movimentos sociais, especialmente com os campesinos e indígenas, conseguirá enfrentar as contradições na sua base de apoio e outras muito maiores na sociedade paraguaia. Acho que assim trilhará caminhos mais coerentes dos escolhidos por Luis Inácio Lula da Silva. Pelo menos no discurso, já sinto uma diferença.Enquanto isso, Lula sinaliza para apoiar Aécio, caso este vá para o PMDB...esse Lula

Unknown disse...

nanci..estou mandando pra vc a mihas impressões do filme do Moore...

Nota de esclarecimento: Confesso que o assunto escolhido me traz certa insegurança, porque não me sinto a vontade para escrever sobre filmes, sou apenas uma pessoa sentada na poltrona, e minhas percepções são bastante instintivas. Portanto já esclareço logo de início, para os amantes do cinema e profundos conhecedores, que não vou abordar aspectos técnicos do filme, Sicko - $O$ Saúde, do diretor Michael Moore, que assisti nesse final de semana no cinecultura.
Tanto Fahrenheit 11 de setembro como no Tiros em Columbine, que garantiram, pelo menos no Brasil a notoriedade de Moore, colocam o diretor como crítico do governo americano, especialmente do atual presidente, o Bush.
Embora muitos atribuam a Moore uma postura política de “esquerda”, suas declarações e produções dão a ele uma característica apenas de “crítico” de determinadas ações políticas. Não havendo elementos mais consistentes que permitam afirmar “ ele é socialista”, ou “é de esquerda”. Com isso quero deixar claro que não vejo no diretor uma futura liderança socialista em solo americano...o seu limite é a crítica...aliás, que deveria ser perfeitamente entendida numa sociedade que se intitula o exemplo de democracia para todas as nações.
Marketing a parte...e lucro da indústria cinematográfica...o filme tomou para mim um carácter especial...porque de certa forma deu conta de estrapolar um problema interno do “gigante”, e dar para gente a rara oportunidade de ver (literalmente), uma ferida aberta na sociedade norte-americana, provocada pela privatização total do atendimento à saúde.E poder ver o resultado disso tudo nas sua víceras, ficou ainda mais interessante, porque sabemos que as privatizações foram defendidas e impostas por influência do governo americano em vários países, especialmente na América Latina, que operou em nome da expansão do capital e garantia de lucros dos principais investidores mundiais.
Saber que nos EUA tem gente vivendo em situação de miséria, não foi novidade, conforme dados recentes eles chegam a 10 milhões de pessoas, agora tomar conhecimento que, mesmo um cidadão americano tendo dinheiro e condições de pagar um seguro de saúde...é negado atendimento pelas empresas que controlam o ramo...foi uma surpresa!!
E me questionei onde está a força norte-americana de reajir contra a exploração? Onde está o heroísmo norte-americano de transformar a sociedade pela democracia? Onde estão os poderosos tribunais americanos?
Moore mostrou para nós expectadores uma sociedade americana...vigorosamente preparada para ser apática, que acabou ficando na história a mercê daquilo que no passado foi tão bem incutido no comportamento coletivo, o fabuloso “American way of life”, e a idéia que todos poderiam assim viver, desde que, logicamente se esforçassem individualmente.
Ao assistir o filme do Moore, foi inevitável pensar no SUS, nossa política de universalização da saúde, e me lembrei de uma participação do João Pedro Stédile e um debate sobre políticas públicas, em que defendeu ferrenhamente o SUS, dizendo que na América do Sul poucos eram os países que davam conta de atender os casos de saúde, e o Brasil, com toda a dificuldade ainda tinha uma alternativa para dar ao pobre. Defendia um movimento nacional em prol da melhoria do atendimento da saúde pública e que essa luta deveria ser de todos.
Entendo o SUS como uma política de redistribuição de renda...uma das formas onde todos contribuem para que todos possam ter acesso a um tratamento de saúde.
Tenho consciência dos grandes problemas no atendimento, provocados principalmente pela falta de interesse das grandes corporações econômicas, para que uma política de saúde pública funcione bem. É bom não esquecer que saúde, nesse modo de produção é uma mercadoria e muito cara.
Assim, produções como SICKO, são daquelas raras oportunidades da gente, por meio da produção Holiwudiana, se sentir motivado a debater um tema da magnitude da política de universalização da saúde. Valeu! Sétima arte.

ventura disse...

Ainda espero que Lugo seja capaz de levar ao povo paraguaio, do qual sou até os dentes, alegrias como as boas e dançates polcas que animam belas noites de luar
beijo

Maria-Sem-Vergonha do Cerrado disse...

Michael Moore é um diretor polêmico. ótimo. Gosto de boas polêmicas. Ainda não vi o filme, mas pelo seu relato dá um grande debate e sobre uma realidade que não é mostrada pela grande mídia, que, como diz Chomsky, trabalha a "fábrica do consenso". É que mostrar que a saúde dos estadunidenses, não mãos das indústrias farmacêuticas e dos seguros de saúde, está cada vez pior não interessa à imagem criada pelo império....e o império começa a ruir. Aliás, pesquisas mostram que a maioria dos estadunidenses querem que o governo reduza o orçamento bilitar e aumente na mesma proporção os investimentos na área social. O seu post merece estar na capa do blog...vou colocar lá agora à noite.

Maria-Sem-Vergonha do Cerrado disse...

Didio, vc voltou ou é uma miragem????
Saudades demais de vc e dos seus comentários sábios...
beijo com a luz da lua cheia