segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Mídia acoberta terroristas da Bolívia

Altamiro Borges *

Adital -


"Se precisar, vai ter sangue. É preciso conter o comunismo e derrubar o governo deste índio infeliz". Jorge Chávez, líder da oligarquia racista de Tarija.
"Não vejo razão pela qual se deve permitir o Chile se tornar marxista pela irresponsabilidade de seu povo". Henry Kissinger, secretário de Estado do EUA, poucos dias antes do golpe de 11 de setembro de 1973 que derrubou Salvador Allende.
É repugnante a cobertura que o grosso da mídia hegemônica tem dado aos trágicos confrontos na já sofrida Bolívia. Os serviçais da TV Globo tratam os chefões golpistas como "líderes cívicos" e "dirigentes regionais". Mirian Leitão, que esbanjou valentia ao sugerir que o governo brasileiro retirasse o nosso embaixador de La Paz e enviasse tropas às fronteiras quando da estatização do petróleo, agora é toda afável com a oligarquia racista deste país. Outros "colunistas" bem pagos da mídia chegam a insinuar que a culpa pelos violentos conflitos, que já causaram oito mortes, é do presidente Evo Morales, "um radical e populista" que instigou o separatismo regional.
A manipulação é grotesca até na terminologia. No caso das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que há décadas enfrentam as oligarquias paramilitares e que foram excluídas violentamente da luta institucional no país, os guerrilheiros são estigmatizados como terroristas, narcotraficantes, bandidos. Já os bandos terroristas da Bolívia, organizados e armados pela elite racista que desrespeita o voto popular, são tratados como "comitês cívicos" e "grupos rebeldes". O embaixador estadunidense Philip Goldberg, que acaba de ser expulso da Bolívia por estimular abertamente a divisão do país, é apresentado pela mídia subserviente como "negociador".

A triste lembrança do Chile

O que está em curso na Bolívia é um golpe fascista organizado pela oligarquia local e teleguiado pelos EUA. Seus métodos terroristas lembram o ocorrido no Chile, em setembro de 1973, noutro golpe sangrento orquestrado pelo "império do mal". Visam desestabilizar e derrubar o governo democraticamente eleito de Evo Morales, confirmado em agosto num referendo. Poucos são os veículos midiáticos e os "colunistas" que denunciam esta conspiração, talvez porque torçam pela derrota do que FHC chamou num paper ao governo Bush de "esquerdização da América Latina". Como verdadeiro "partido da direita e do capital", a mídia burguesa não tolera a democracia!

Uma das raras exceções foi o lúcido artigo de Clóvis Rossi, que há muito estava adormecido por seu rancor antiesquerda. "O que está em andamento na Bolívia é uma tentativa de golpe contra o presidente Evo Morales. Segue uma linha ideológica e táticas parecidas as que levaram ao golpe no Chile, em 1973, contra o governo de Salvador Allende, tão constitucional e legítimo quanto o de Evo Morales. Os bloqueios agora adotados nos Departamentos são uma cópia dos locautes de caminhoneiros que ajudaram a sitiar o governo Allende... Nem o governo nem a oposição no Brasil têm o direito ao silêncio", escreveu, relembrando sua perspicácia e coragem do passado.

O criminoso Philip Goldberg

A conspiração golpista na Bolívia, acobertada pelo grosso da mídia nativa, exige rápida resposta das forças progressistas e democráticas do Brasil. Como afirmou Evo Morales, trata-se de "uma violência fascista com o objetivo de acabar com a democracia e dividir o país". Sob o biombo da autonomia regional, governadores de cinco departamentos (estados) e abastados empresários têm financiado bandos terroristas que já assassinaram oito camponeses favoráveis ao governo eleito, saquearam prédios públicos, destruíram uma emissora estatal de televisão, sabotaram gasodutos, bloquearam rodovias e proibiram o próprio presidente de pousar em três aeroportos do país.

Segundo relatos de Marco Aurélio Weissheimer, da Carta Maior, na semana passada "grupos de jovens de setores da classe média branca, que não escondem seu sentimento racista em relação a Evo Morales, lideraram as manifestações. Capitaneados pela União Juvenil Cruzense (UJC), eles invadiram o prédio da empresa estatal de telecomunicação para ‘entregá-lo à administração do governo Rubén Costas’, de Santa Cruz. Na Televisión Boliviana/Canal 7, saquearam o escritório, destruíram computadores e fizeram uma fogueira na entrada do prédio". Além de Santa Cruz, as ações terroristas ocorrem em outros quatro departamentos - Beni, Pando, Tarija e Chuquisaca.

Os EUA estão diretamente metidos no complô. O embaixador Philip Goldberg já foi fotografado em eventos da União Juvenil Cruzense (UJC), grupo terrorista de Santa Cruz que utiliza o slogan "terminemos com os ‘collas’ [indígenas], raça maldita". A embaixada ianque até contratou vários destes bandidos. Goldberg é um fascista convicto. Como embaixador dos EUA na ex-Iugoslávia, ele orquestrou a crise no Kosovo e a sangrenta guerra civil separatista naquele país. Declarado persona non grata, ele finalmente foi expulso da Bolívia. "Não queremos aqui gente separatista, divisionista, que conspira contra a unidade do país", justificou o presidente Evo Morales.

Intensificar a solidariedade internacionalista

O governo, mesmo aberto ao diálogo, não tem se submetido à pressão dos golpistas, que exigem a anulação da nova Constituição e do referendo que aprovou a manutenção do mandato de Evo Morales. Ocorrido em 10 de agosto, por demanda da própria oposição, o referendo confirmou a força do atual presidente. Evo foi ratificado em 95 das 112 províncias do país e, apesar do caos promovido pelos golpistas, teve mais votos do que na eleição presidencial - obteve 67,41% dos votos, bem acima dos 53,3% em 2005. Sua votação cresceu em oito dos nove departamentos e o referendo ainda revogou o mandato de dois governadores ligados às oligarquias racistas.

Desesperada, a elite investe no terrorismo e esbarra na resistência do governo e do povo. "Vamos agir com serenidade, mas também com firmeza", diz Alfredo Rada, ministro da Defesa. Walker Sam Miguel, ministro do Interior, garante que "os fascistas não passarão". O governo já decretou estado de sítio, ameaça deter os chefes terroristas e acionou tropas do exército nos departamentos para garantir o fornecimento de gás e a ordem pública. A derrota dos fascistas, porém, exige o apoio dos governos e dos movimentos sociais na América Latina. O que está em jogo é o avanço da democracia, é a derrota das oligarquias, do "império do mal" e da mídia mentirosa.


* Jornalista

sábado, 13 de setembro de 2008

Manifesto repudia agressões fascistas na Bolívia

Apoio e solidariedade ao governo Evo Morales

Num cenário de tentativas de golpes na Venezuela, Bolívia e Paraguai, estimulados pelas elites fascitas, temos de elevar o nosso olhar para além do umbigo e das divagações egoístas. É hora de erguer a voz e defender nossos países irmãos que resistem aos ventos do Norte e tentam reconstruir suas histórias e seus destinos. Que façamos, nem que seja de forma virtual, um gesto de solidariedade para que a justiça e a liberdade prevaleçam nesses países.
Maria Sem Vergonha do Cerrado

Sobreviviendo - Victor Heredia


Cinco Siglos Igual - Leon Gieco - Victor Heredia



Um grupo de intelectuais, ativistas e lideranças de movimentos sociais e políticos de vários países do continente divulgaram um manifesto em defesa do presidente da Bolívia, Evo Morales, e em repúdio às agressões fascistas contra a democracia. O texto afirma:


“A Bolívia enfrenta o maior atentado contra a democracia e a constitucionalidade. Repudiamos os atos de vandalismo organizados pela oligarquia e grupos fascistas de Santa Cruz, que tentam provocar uma guerra civil ou um golpe de Estado. Defendemos punição aos responsáveis e esperamos que a oposição mantenha seus pleitos por meios legais e democráticos. Não nos manteremos impassíveis frente a estes acontecimentos. Estamos comprometidos com a democracia, a justiça e a autodeterminação dos povos e as defenderemos em qualquer parte do mundo. Hoje é na Bolívia. E Estamos com a Bolívia”.

Já assinaram o manifesto:Estados UnidosImmanuel Wallerstein, Grassroots Global Justice Alliance,MéxicoAna Esther Ceceña, Enrique Leff, José Francisco Gallardo, Angel Guerra, Ricardo Melgar, Manuel Pérez Rocha, Enrique Rajchenberg, Gudrun Lohmeyer, Carlos Lenkersdorf, Alicia Castellanos, Gilberto López y Rivas, Carlos Fazio, Observatorio Latinoamericano de Geopolítica, Alberto Arroyo, Fernando Buen Abad, Beatriz Stolowicz, Carlos Beas, Magdalena Gómez, José Luis Ávila, Aldo Rabiela, Dolores González Saravia, Red Mexicana de Acción frente al Libre Comercio, Marco Antonio Velázquez, Comité Mexicano de Solidaridad con Bolivia, José Steinsleger, Ma. Guadalupe Guadarrama Huerta, Benjamín Tirado, Jaime Estay, Red Nacional Genero y Economía, Marcha Mundial de las Mujeres, Mujeres por el Diálogo AC, Siembra AC, Leonor Aída Concha, Maricarmen Montes C, Rosa Barranco, Angeles González, Lourdes del Villar, Elizabeth Alejandre, Graciela Tapia, Virginia Bahena, Cecilia Bonilla, Marianela Madrigal, Teresina Gutiérrez-Haces, Ezequiel Maldonado López, Héctor de la Cueva, Centro de Investigación Laboral y Asesoria Sindical, Federico Manchón, Aida Lerman, Frente Autentico del Trabajo, Ezequiel Garcia Vargas, Hilda Ramirez Garcia, José Luz Trejo Torres, Cándido Cerón Hernández, Gabino Jimenez, Movimiento Mexicano de Solidaridad con Cuba, Comité de DH "Asís", Héctor Martínez, Ericka Navarro, Rodolfo Castillo, Lucía García, Isabel Pichardo, Josefina Ponce, Juana Quevedo, Alejandro Castillo, Pilar Puertas, Colectivo Cosme Damian, Jaime Cota Aguilar, CITTAC, Dalia Ruiz Avila, ALAMPYME, Adán Rivera, René Fernández, Ciudadanos en Apoyo a los Derechos Humanos A.C., Consuelo Morales Elizondo, CADHAC, Mario Bladimir Monroy Gómez, Paula Ramírez, MACONDO, Raymundo Reynoso, AMATE, Julieta Reynoso, Alejandro Javier Herrera, Arte en Rebeldia, Seeking Heaven Crew, Iniciativas para el Desarrollo de la Mujer Oaxaqueña AC, Josefina Morales, Berence Ramirez, Hida Puerta, Germán SánchezEquadorMaría Augusta Calle (Presidenta de la mesa de soberanía, relaciones internacionales e integración latinoamericana en la Asamblea Constituyente), Ecuador Decide, Paulina Muñoz, SERPAJ Ecuador, Helga Serrano, ACJ Ecuador, Osvaldo León, Sally Burch, Eduardo TamayoHaitíCamille ChalmersFrançaJuan Carlos Bossio Rotondo, Yole Risso BossioAlemanhaDario AzzelliniBrasilTheotonio Dos Santos, Roberto Leher, Plinio de Arruda Sampaio Jr., Confederação Sindical de Trabalhadores/as das Américas, Marcha Mundial das Mulheres, REMTE, Rede Social de Justica e Direitos Humanos, Marcelo Carcanholo,EspanhaJuan Carlos Monedero, Francisco Fernández BueyRepública DominicanaChiqui ViciosoParaguayMartín Almada, Marielle Palau, Orlando Castillo, Iniciativa Paraguaya de Integración de los PueblosColômbiaJuan Manuel Roca, Gilberto Herrera Stella, Emmanuel Rozental, Consejería de la Asociacion de Cabildos Indígenas del Norte del Cauca, Alianza Social ContinentalVenezuelaGustavo Fernández Colón, Edgardo LanderCanadáMichel Lebowitz, Pueblos En Camino, Foro Social de Toronto-Canada, Janet Conway, Judy Rebick y Carlos TorresChileMarta Harnecker, Rafael AgacinoArgentinaMiguel Mirra, Susana Moreira, Emilio Taddei, Víctor Ego Ducrot, Mopassol, Juan Roque, Telma Luzzani, Julio Gambina, Rina Bertacini, ATTAC - Argentina, Diálogo 2000, Nora Cortiñas, Jubileo Sur AmèricasEl SalvadorRaúl Moreno, Red Sinti TechanUruguaySebastian Valdomir, REDES-Amigos de la Tierra, SERPAJ América Latina, Ana Juanche, Antonio Elías,PerúLuis Miguel Sirumbal, Rosa Guillén, Marcha Mundial de las Mujeres de las Americas, Alianza Social Continental - Capitulo Perú, Monica BruckmannGuatemalaMesa Global

O ato de envelhecer

*Kelly Garcia
Há duas semanas tive a oportunidade de assistir ao show do Ney Matogrosso, Inclassificáveis, uma dessas raras vezes da gente ver de pertinho aquele artista que é de fato considerado um ídolo.
Para entender como o Ney Matogrosso ocupou em minha vida essa condição preciso dizer que na infância a música que me deixava maluca de vontade de dançar era o “Vira”...quando escutava aquele comecinho inconfundível ...e aquela voz chamando “o gato preto cruzou a estrada”...que alegria!
Era uma criança e amava o ritmo daquela música e adorava ver aquele cantor todo fantasiado cantado e dançando. Ele era “o máximo” que junto com a “lua iluminava a dança a roda e a festa”.
Sobre o Ney escutava insinuações preconceituosas dos adultos que não entendia..criança naquela época era ingênua, não era “esperta”, talvez porque não fosse necessário escutar “cacos-músicas” maliciosas acompanhadas de bailarinas arrebitando os traseiros para fazer gestos lascivos e vulgares.
Como a gente mata o tempo e ele nos devora... lá estava eu bem distante da menina de trinta anos atrás que dançava em frente a TV branco e preto, esperando
para ver ao vivo e mais colorido que nunca o ídolo da infância.
Abriram as cortinas e lá estava ele... um homem miúdo, um gigante no palco, com voz, corpo e alma, soprando vida a união mais perfeita da história da humanidade, melodia e letra, como uma serpente sensual, absolutamente hipnótico, que ali, especialmente, expressava a sua vivência, e qual era o exato tamanho da energia dos seus assumidos 67 anos de idade, fazendo um “ode à vida” sem deixar de admitir o processo do envelhecimento.
Estar ali naquele momento foi captar num exuberante espetáculo que o artista estava exibindo sua própria vida e o agir do tempo sobre a sua condição humana, e que embora o processo seja por vezes doloroso, esse é o único fio condutor, e viver continua sendo sempre a melhor escolha.
Por que será que hoje é tão sofrível aceitar o envelhecer, até a palavra velho já foi substituída por termos “politicamente corretos” como se ficar velho fosse um delito!
Penso que esse comportamento é também fruto da organização material da sociedade que tem como pilar a produção e o consumo de mercadorias, cuja sobrevivência depende de fazer com que mais e mais pessoas desejem consumir a mercadoria nova mesmo que antiga ainda esteja em perfeitas condições de uso.
Nos moldes de nossa sociedade onde tudo começa e termina na simples palavra “mercadoria” o que é velho somente serve para ser descartado.
O mesmo comportamento de mercado, infelizmente, está presente nas relações sociais, que acabou tornando a inevitável ação natural do envelhecimento um cruel isolamento social, provocando nas pessoas o medo de ser descartado tal qual um sapato “fora de moda”, tornando esse período da vida cheio de sofrimento.
Assim, por todos os lados a publicidade os meios de comunicação exaltam a beleza da juventude, deixando no imaginário a impressão que somente os jovens comem, usam sabonetes, precisam de tênis, gostam de carros, de viajar, o mundo do consumo sem dúvida nenhuma é dos jovens, o problema que essas idéias são assimiladas rapidamente no comportamento humano, pois a mente está onde os pés pisam, e aos poucos vai se massificando a cultura do “descarte humano por tempo de vida”. Essa forma de exclusão somada aos desgastes naturais do corpo acabam por causar a sensação que o envelhecer não é viver mas sim um mero sobreviver.
Sorte de nós os subvertidos, que a humanidade nunca se dobrou de forma uníssona a qualquer idéia, há sempre a resistência e muitos exemplos de vidas são verdadeiros contrapontos diante dessa “sandice mercadológica”, como Cora Coralina que aos 80 anos publicou seu primeiro livro, Gabriel Garcia Marques que fez 90 anos e escreveu Memórias de Minhas Putas Tristes (um otimismo apaixonante), José Saramago que acabou de lançar mais um livro com mais de 80 anos, Oscar Niemayer que continua criando suas obras no seu corpo de 100 anos e também a Profª Maria Luisa Papa, uma campo-grandense que há 50 anos está a frente de uma sala de alfabetização por amor ao magistério, Bibi Ferreira e tantos outros.

De olho naquele ser único no palco a mente buscou aquela criança que no passado dançava o “Vira” na frente da TV, por vezes senti alagar a íris, não por tietagem, ou coisa de fã, mas pelo sentimento que aquele artista foi capaz de provocar, talvez porque como tantas outras pessoas, percebo cada vez mais o tempo correndo envolta do meu corpo e puxando os meus cabelos. E como tantos outros seres, vivencio a angustiante busca do essencial lutando e sofrendo cotidianamente com a contradição de viver em um tempo de necessidades vãs e de muitas insanidades cometidas para que elas sejam satisfeitas.
Hoje além do “Vira” que sempre foi motivo de saudades alegres levarei na lembrança o homem de 67 anos capaz a dizer “o que eu quero assim é ser velho” dá melhor maneira que já pude presenciar .

Não vou lamentar
a mudança que o tempo traz, não
o que já ficou para trás
e o tempo a passar sem parar jamais

já fui novo, sim
de novo, não
ser novo pra mim é algo velho
quero crescer
quero viver o que é novo, sim
o que eu quero assim
é ser velho.

envelhecer
certamente com a mente sã
me renovando
dia a dia, a cada manhã
tendo prazer
me mantendo com o corpo são
eis o meu lema

meu emblema, eis o meu refrão
mas não vou dar fim
jamais ao menino em mim
e nem dar de não mais me maravilhar
diante do mar e do céu da vida
e ser todo ser, e reviver
a cada clamor de amor e sexo
perto de ser um Deus
e certo de ser mortal
de ser animal e ser homem

( Lema – Carlos Rennó e Lakua Kanza)
Dedico esse texto ao filósofo João Roberto Talavera por tudo que sempre foi e será.
* Kelly Garcia é advogada, militante de esquerda e estilista da Maria do Povo

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Leia a íntegra do voto do Ministro Carlos Ayres Britto pela demarcação contínua de Raposa Serra do Sol

O ministro Carlos Ayres Britto concluiu seu voto pela demarcação contínua da reserva indígena Raposa Serra do Sol. Segundo ele, o laudo antropológico que fundamentou a demarcação da Raposa Serra do Sol não contém vícios, e a Portaria 534/05, do Ministério da Justiça, incluiu somente terras indígenas nos marcos territoriais da reserva. No voto, Ayres Britto determina que seja cassada decisão liminar do STF (AC 2009) que, em abril, impediu a retirada dos não-índios da reserva. O julgamento está suspenso devido a pedido de vista do ministro Menezes Direito.

leia aqui: http://www.cimi.org.br/pub/publicacoes/1219883503_pet3388CB.pdf