Brincando na Chuva

Filme:
Dançando na chuva

Hoje, acordei com vontade de declamar poesia. Dançar na chuva. Ouvir o som dos ventos. Saltitar descalça na areia. Ver borboletas azuis fazendo balé no jardim. Ser a flor para o colibri beijar. Pintar a boca de vermelho e deixar outros verbos ecoarem no silêncio.
Ter uma mente diferente, às vezes, pode experimentar desejos estranhos no meio da tempestade. Aí, chego aqui na Maria-sem-vergonha e encontro o coreto pegando fogo. Que bom! Não gosto da unanimidade. Gosto até das palavras amargas, mas confesso que, hoje, o meu lado libriano está falando alto demais. Quero a sabedoria em melodia. É como se houvesse uma espera. Uma chegada. Uma vontade de ficar sonhando acordada. E o meu dia se faz noite estrelada. Fiquei com vontade de ouvir Nando Reis e Jota Quest, que aprendi a gostar e, agora, já sei até cantar. Meu Deus, estou meio mamão com açúcar. E para completar, vou postar dois poemas. O primeiro do Mario Quintana e o outro da minha amiga jornalista Marta Ferreira, que é toda prosa, mas agora se revela poesia.

Mario Quintana - Sentir Primeiro
Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois
Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois
Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois
Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois


Marta Ferreira
Às vezes vem uma necessidadede chorar
é uma vontade boa, que produz umas lágrimas
entre a alegria e a gratidão
de existir
de poder ver, ouvir, falar
de ter vontade de abraçar
quem a gente nem sabe
saudosismo de futuro
agradecimento do passado vivido ou sonhado
e aí o que já se foi ganha cores irreais
perde a parte feia
vira história em quadrinho
onde boi voa
vaca tosse
dinheiro brota em árvore
nessa estória
herói some
aparece mocinha canta, dança,
brinca de roda
na avenida da vida
e mesmo quando está só
fica acompanhada.

Nando Reis - Luz dos olhos

Jota Quest - O que eu também não entendo