quarta-feira, 5 de março de 2008

Veja e Fidel - um dia diremos: essa revista já faliu tarde

* por Kelly Garcia

No último domingo ao fazer o ritual matinal de ir comprar pão fresquinho para o café, dei uma rápida olhada nas manchetes dos jornais e das revistas na banca vizinha à padaria. Chamou especialmente minha atenção a capa de uma delas que trazia a figura do Fidel Castro dando especial destaque a frase: Já vai tarde. Fico impressionada com a sagacidade dos “marqueteiros” para promoverem seu produto final. Foram capazes de bolar aquela capa impactante, toda em vermelho e preto, dando um ar sombrio ao perfil do revolucionário cubano acompanhada da já citada frase bombástica. Com aquela arte da capa de pronto, fiquei sabendo como iria acabar aquela matéria “jornalística”, que estaria escrita no interior da revista, em algum lugar por entre os anúncios publicitários, de no mínimo 5 operadoras de celular, 3 marcas de cerveja, 7 laboratórios de medicamentos, 5 marcas de tênis, 3 marcas de hidratante, 2 marcas de aparelhos de barbear, 10 modelos de carros, 5 modelos de motocicletas, 2 tipos de absorventes, 1 joalheria, 2 do governo de São Paulo, e, logicamente, 5 marcas de ovos de chocolate, afinal março é o mês da Páscoa. Só no olhar a estampa da revista já pude ler suas entrelinhas. Na matéria, provavelmente, eles não falaram da situação lastimável que era Cuba, no governo de Fulgêncio Batista, e como esse governante havia entregado a pequena ilha aos mandos e desmandos dos Estados Unidos, oprimindo o povo ao ponto de alimentar uma revolução (ou alguém acredita que ela aconteça sem o seu apoio?).Com certeza também não encontraria informações tratando dos indicadores sociais relacionados a educação, a saúde, a alimentação, a moradia em Cuba que são superiores a de muitos países mais ricos, superando inclusive aos indicadores sociais dos Estados Unidos.Também não conteria no texto uma abordagem mais crítica sobre o bloqueio imbecil e cruel que os Estados Unidos impôs e ainda impõe ao povo cubano, mesmo estando a guerra fria enterrada há mais de vinte anos. Nem relataria que essa barreira desumana que impediu durante anos de chegar em Cuba medicamentos como a aspirina, por exemplo. Provavelmente, a matéria jornalística não irá contribuir para responder as minhas indagações, do tipo: - se os cubanos carregam a marca indelével dos revolucionários, se foram capazes de sair dos campos miseráveis, dos guetos das cidades para reagir contra Fulgêncio Batista e os Estados Unidos, por que eles então suportaram todo esses anos o “vejamente” retratado “famigerado ditador” ?- por que a violência do governo de Fidel não está expressa nas músicas, no teatro, na literatura, na poesia da maioria dos artistas Cubanos. A arte é incapaz de ser conivente com a violência, basta lembrarmos da fecunda produção artística de nosso país nos anos da ditadura militar, em que nos palcos, nos bares, nas rodas de música floresceu resistência. - por que uma “ilhazinha” sem peso econômico, sem importância comercial incomoda tanto, e contra ela se erguem tantos grupos econômicos, como se por ela fosse ser iniciada a derrocada final do capitalismo...não foi próprio San e seus sobrinhos amestrados que juram ter enterrado o socialismo, ou não? Não é de duvidar porque eles já mataram a História pelos menos umas duzentas vezes( a última foi por um ataque suicida do Fukyama). Espero que o cantor cubano Silvio Rodriguez não tenha tomado conhecimento da revista, porque ele afirmou há pouco dias em uma entrevista que não gostaria de ver seu povo sendo subestimado, “A única coisa que não suporta nem acho que venha a suportar a maioria dos cubanos é que se pretenda humilhar nossa história e submeter nossa soberania, e com isso trair os ideais de José Martí.” De qualquer forma, depois de observar aquela capa de revista, tão bem elaborada, capaz de sintetizar em uma página sua principal matéria jornalística, não fiquei estimulada a adquirir o exemplar, porque ela não conseguiria responder minhas curiosidades. Assim preferi gastar o restante do dinheiro para comprar também pães de queijo.Nessa sociedade de mercado, se essa revista continuar dando o seu recado logo na capa daqui a pouco a gente vai ter que falar: Já faliu tarde!

* Kelly Garcia é advogada, Mestre em Educação e militante social

27 comentários:

magrão disse...

MINHA QUERIDA COMO VEM EM BOA HORA TEU TEXTO ESTAMOS A UMA SEMANA DEBATENDO A MATÉRIA NA FACULDADE ,FACULDADE ESTA QUE A DURAS PENAS TENTO FAZER DISCUTIR...E O MAIS TRISTE É NEM TER COM QUEM ,NEM AO MENOS ALGUÉM QUE CONCORDE COM A REVISTA,MAS VAMOS LÁ...FIZ DA MATÉRIA INSTRUMENTO PARA DISCUTIR A TÃO FALADA E POUCO DISCUTIDA CRISE DOS PARADIGMAS... EMBORA FERIDOS TEMOS NOSSOS SONHOS LA NO FUNDINHO DA ALMA,RSS.E CLARO ,O PAPEL DESSE INSTRUMENTO INFAME DE COMUNICAÇÃO TEM O PROPÓSITO DE TOCA-LOS. BEIJOS!

Maria-Sem-Vergonha do Cerrado disse...

O professor da UNB Vinicius Lima esclarece com muita competência e lucidez que, quando se cunhou o conceito de mídia como quarto poder, era para lhe garantir, a exemplo dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, uma atuação independente. Hoje, a mídia é vista como quarto poder não por ter independência política, econômica, muito pelo contrário, mas por usar do seu poder político a serviço dos grandes grupos econômicos/financeiros para formar opinião, fazendo prevalecer os interesses dos seus patrocinadores.
A revista Veja não merece sequer o respeito que tenho pelos panfletos políticos. Digo isso porque respeito todos os panfletos (de esquerda e de direita), desde que não sejam apócrifos, porque anunciam idéias, denúncias, seja lá o que for de um determinado grupo social. Mas nem esse respeito ela merece porque é vendida como revista. Há muito tempo, esse semanário, que é feito por jornalistas, age com opulência, espalha preconceitos e faz uso de expedientes condenáveis do ponto de vista jornalístico ao retratar os movimentos sociais e os governos considerados de esquerda. Ela jamais diria, por exemplo, que, mesmo com todas as dificuldades, com o embargo dos EUA, em 2007, Cuba registrou uma taxa de mortalidade infantil inferior à dos Estados Unidos (5,3 falecidos por mil nascimentos contra 6 nos EUA – a média da América Latina é de 26 mortos). Nem diria que 99,8% da população acima de 15 anos é alfabetizada nem que tem um dos mais elevados índices de desenvolvimento humano do planeta. É, Kelly, um dia teremos o prazer de ver a falência desse tipo de jornalismo medíocre e diremos em alto e bom som: “Veja – faliu tarde”

Unknown disse...

Lobbies com políticos e empresários, “assassinatos de reputações “, manipulações, etc..
Este tem sido o perfil desta revistinha semanal ultimamente.
Recentemente Luis Nassif no seu blog denunciava , “dossiê anti-veja “, a formação do “quarteto de Veja “ ( Eurípedes Alcântara, Mario Sabino , Lauro Jardim e Diogo Mainardi ), como responsáveis pelo “maior fenômeno de antijornalismo dos últimos anos “.
Nesta matéria sobre Fidel , esta revistinha prestou mais um desserviço ao jornalismo , ao tratar com fúria reacionária o dirigente Cubano.
Enquanto a mídia do mundo todo buscava decifrar o que será de Cuba pós-Fidel, esta revistinha saí com um artigo editorializado, com finalidade clara de destruir a imagem de Fidel e seu significado na História, com juízos definitivos num texto folhetinesco.
Mas a tempos que esta revistinha , abriu mão de um jornalismo sério, não faz muito tempo ela também tentou destruir Che Guevara.
Mas o artigo desta revistinha não passa de lixo jornalístico.
E para infelicidade dela e seus patrocinadores , não pode contrapor a Fidel ,Che.... quase nada, pois para fazer teria que discutir a fundo a Revolução Cubana e ao faze-lo lhe restariam poucas vantagens.Então optaram pelo caminho mais fácil, o da calúnia sistemática.
Não basta matar Fidel , Che... é necessário silenciá-lo .porém eles seguem , a incomodar os vivos , ricos e poderosos
erisvaldo.

ventura disse...

nunca se esqueçamos do mito da caverna....
espero que um dia a humanidade saía do escuridão da caverna e possam ver o mundo de luzes, para além das sombras
Leia o dossiê do Nassif
http://www.novae.inf.br
nosso café...

Augusto Araújo disse...

Ahn, com licença

Faço parte de setores golpistas e reacionários e volta e meia venho no blog para lembrar os saudosos clichês do q chamam de esquerda

pois bem o post foi bem interessante, a autora nao quis ler a matéria e se informar, somente desejou a falencia da VEJA

ótimo, no Brasil vc pode comprar a revista q quiser, com certeza ela adora a Caros Amigos

e em Cuba, o q iria ler? O Granma e...nada mais

pq será?

Adiantaria eu sugerei algumas leituras por aqui? Adiantaria eu dizer q Fidel é um traidor da própria revolução? Adiantaria eu citar as falácias e mentiras castristas , semelhantes aos mitos comunistas q sobreviveram até pouco antes da queda do Muro de Berlim, um espanto para "intelectuais" e similares

não adiantaria...

Unknown disse...

È uma pena que neste mundo ainda existem pessoas , mais preocupadas com a última cotação do mercado financeiro, com o lucro da madeira e da guerra ( ou Preço do BOI), do que com uma flor ainda há pouco iniciou o gesto do sorriso diante do sol.

Unknown disse...

Nanci, fico feliz que a maria-sem-vergonha-do-cerrado está conseguindo ser um espaço que possibilita aos seus participantes "afiar" os pensamentos.
Embora minhas considerações sejam mais pertinentes aos comentários do Augusto, preferi postá-las no Maria-sem-vergonha, até porque aqui é o espaço desse nosso debate.
Visitei o blog do Augusto, e percebi logo de pronto que estamos em margens diferentes nesse rio...e eu digo margem mesmo, porque nem eu sou uma grande expressão dos pensamentos da classe trabalhadora e nem ele é um expoente do pensamento liberal-burguês, ambos somos marginais.
Sou graduada em direito, e fui adestrada a pensar de uma forma positivista (um dos métodos científicos), no entanto, ainda que tardiamente, graças ao mestrado em educação e alguns amigos filósofos, fui apresentada a um leque de possibilidades e tive a rara oportunidade de fazer uma opção. Hoje faço um esforço absurdo para superar a influência da cultura hegemônica, tentar raciocinar e compreender a organização social, observando o movimento histórico, nas suas contradições, na forma da organização material da existência humana em seus respectivos períodos, principalmente nas relações existentes entre o universal e o singular.
Como busco informações sérias e minimamente coerentes com as referências históricas, a Veja tornou se uma piada... é caricatural tal qual os panfletos apócrifos nos períodos de campanha que “denunciam” a vida sexual dos candidatos.
Quando resolvi escrever a “crônica” foi com a pura intenção de troçar, porque ...não dá mais pra ser levada à sério, o que parece a frase de diálogos de novela das 19:00 “Já vai tarde”??! Um Pastelão! Tenho plena consciência que a imprensa opera tal qual um partido político, e guerra é guerra, ..assim cada um com suas armas...para nós menos “des-endinheirados” (e põe menos nisso!) vale os versos do samba...
Minha pátria é minha língua
Minha pena é minha espada.
A paixão não morre à mingua...

E nessa luta a informação é munição....por isso leio muitos conteúdos que se contrapõe ao senso comum, mais leio muito mais o que é produzido pelos “golpistas reacionários” ( brincadeirinha Augusto)...pelo pensamento liberal/burguês.
Com dificuldade li, Adam Smith, um clássico que é imprescindível para quem busca entender a origem do pensamento liberal, ...e ficar se perguntando; cadê a paz mundial que ele previa ser construída a partir do desenvolvimento da riqueza?
Para entender melhor o plano MARE do governo FHC, foi necessário ler, Friedrich Hayek, mas confesso: - até hoje não conseguir entender porque fazer tanta volta para aplicar um política econômica que garantisse ao grande capital ampliar seus lucros a partir da redução da função social do Estado.?
Faz um tempão que não lei Caros Amigos, acho mais prático os portais econômicos, que são uma excelente fonte de informação, pois revelam os passos do grande movimento monopolista do Capital. E também da concentração de riqueza. Não abro mão da Agência Carta Maior, lá sobra pra todo mundo!!! E é de graça.
Passeio também, de vez em quando, pela revista Primeira Leitura, mas esse pessoal deixou de se esforçar, acho que estão meio perdidos com o fracasso político do neoliberalismo. Ficam lá esperneando. Eles estavam no governo e aplicaram a bula “Hayaquiana”, o remédio não funcionou, e pior foi ineficaz nos resultados eleitorais. Esses caras se utilizassem o “outro” método fariam uma relação mais objetiva entre o universal e o singular, e saberiam que suas orientações, dariam com os “burros n’água” e não resolveriam essa crise estrutural.
Fora isso tem a Folha de São Paulo, a Globo, o SBT, e demais que reproduzem exatamente as mesmas informações na lógica de um mesmo modelo ideológico.
O fato de não concordar com a abordagem dada pela matéria, não se trata ter uma visão unilateral, pelo contrário, somente foi possível, mesmo que debochadamente, tecer meus argumentos contra a revista porque tive acesso a outras fontes de informação. Basta dizer, que na época em que cursei o ensino fundamental estava em plena ditadura militar, fui aluna de escola pública e na versão “oficial” aprendi sobre Fidel exatamente o que a Veja expressou na sua capa.
No meu caso, ter uma visão unilateral seria estar pensando tal qual minha informação quando criança e adolescente.(a gente comemorava 31 de março!)
Voltando ao nosso antigo assunto, mais especificamente Cuba, tenho conhecimento que o país sofreu enormes contradições e números problemas, no entanto tem os cubanos, tem a história e a cultura dessa gente ...eles decidirão o que será...

Unknown disse...

Nanci, fico feliz que a maria-sem-vergonha-do-cerrado está conseguindo ser um espaço que possibilita aos seus participantes "afiar" os pensamentos.
Embora minhas considerações sejam mais pertinentes aos comentários do Augusto, preferi postá-las no Maria-sem-vergonha, até porque aqui é o espaço desse nosso debate.
Visitei o blog do Augusto, e percebi logo de pronto que estamos em margens diferentes nesse rio...e eu digo margem mesmo, porque nem eu sou uma grande expressão dos pensamentos da classe trabalhadora e nem ele é um expoente do pensamento liberal-burguês, ambos somos marginais.
Sou graduada em direito, e fui adestrada a pensar de uma forma positivista (um dos métodos científicos), no entanto, ainda que tardiamente, graças ao mestrado em educação e alguns amigos filósofos, fui apresentada a um leque de possibilidades e tive a rara oportunidade de fazer uma opção. Hoje faço um esforço absurdo para superar a influência da cultura hegemônica, tentar raciocinar e compreender a organização social, observando o movimento histórico, nas suas contradições, na forma da organização material da existência humana em seus respectivos períodos, principalmente nas relações existentes entre o universal e o singular.
Como busco informações sérias e minimamente coerentes com as referências históricas, a Veja tornou se uma piada... é caricatural tal qual os panfletos apócrifos nos períodos de campanha que “denunciam” a vida sexual dos candidatos.
Quando resolvi escrever a “crônica” foi com a pura intenção de troçar, porque ...não dá mais pra ser levada à sério, o que parece a frase de diálogos de novela das 19:00 “Já vai tarde”??! Um Pastelão! Tenho plena consciência que a imprensa opera tal qual um partido político, e guerra é guerra, ..assim cada um com suas armas...para nós menos “des-endinheirados” (e põe menos nisso!) vale os versos do samba...
Minha pátria é minha língua
Minha pena é minha espada.
A paixão não morre à mingua...

E nessa luta a informação é munição....por isso leio muitos conteúdos que se contrapõe ao senso comum, mais leio muito mais o que é produzido pelos “golpistas reacionários” ( brincadeirinha Augusto)...pelo pensamento liberal/burguês.
Com dificuldade li, Adam Smith, um clássico que é imprescindível para quem busca entender a origem do pensamento liberal, ...e ficar se perguntando; cadê a paz mundial que ele previa ser construída a partir do desenvolvimento da riqueza?
Para entender melhor o plano MARE do governo FHC, foi necessário ler, Friedrich Hayek, mas confesso: - até hoje não conseguir entender porque fazer tanta volta para aplicar um política econômica que garantisse ao grande capital ampliar seus lucros a partir da redução da função social do Estado.?
Faz um tempão que não lei Caros Amigos, acho mais prático os portais econômicos, que são uma excelente fonte de informação, pois revelam os passos do grande movimento monopolista do Capital. E também da concentração de riqueza. Não abro mão da Agência Carta Maior, lá sobra pra todo mundo!!! E é de graça.
Passeio também, de vez em quando, pela revista Primeira Leitura, mas esse pessoal deixou de se esforçar, acho que estão meio perdidos com o fracasso político do neoliberalismo. Ficam lá esperneando. Eles estavam no governo e aplicaram a bula “Hayaquiana”, o remédio não funcionou, e pior foi ineficaz nos resultados eleitorais. Esses caras se utilizassem o “outro” método fariam uma relação mais objetiva entre o universal e o singular, e saberiam que suas orientações, dariam com os “burros n’água” e não resolveriam essa crise estrutural.
Fora isso tem a Folha de São Paulo, a Globo, o SBT, e demais que reproduzem exatamente as mesmas informações na lógica de um mesmo modelo ideológico.
O fato de não concordar com a abordagem dada pela matéria, não se trata ter uma visão unilateral, pelo contrário, somente foi possível, mesmo que debochadamente, tecer meus argumentos contra a revista porque tive acesso a outras fontes de informação. Basta dizer, que na época em que cursei o ensino fundamental estava em plena ditadura militar, fui aluna de escola pública e na versão “oficial” aprendi sobre Fidel exatamente o que a Veja expressou na sua capa.
No meu caso, ter uma visão unilateral seria estar pensando tal qual minha informação quando criança e adolescente.(a gente comemorava 31 de março!)
Voltando ao nosso antigo assunto, mais especificamente Cuba, tenho conhecimento que o país sofreu enormes contradições e números problemas, no entanto tem os cubanos, tem a história e a cultura dessa gente ...eles decidirão o que será...

Augusto Araújo disse...

Ainda sobre o texto (desculpe andei mais viciado nisso, mas ainda incorro em respander tais acusações) :


"por que a violência do governo de Fidel não está expressa nas músicas, no teatro, na literatura, na poesia da maioria dos artistas Cubanos. A arte é incapaz de ser conivente com a violência, basta lembrarmos da fecunda produção artística de nosso país nos anos da ditadura militar, em que nos palcos, nos bares, nas rodas de música floresceu resistência"

=> "Que te sangre a boca, que te sangre a boca!" Foi o que os guardas da Seguridad Cubana disseram a poetisa Maria Elena da Cruz Varela após arrasta-la pelos cabelos e faze-la engulir os poemas que clamava por liberdade de escolha no país

=>Procure se informar sobre a resistencia cultural ao comunismo. Nao havia. Os dissidentes foram todos mortos ou presos, como acontece na ilha de Fidel.

=>Falar mal do capitalismo, do governo, das elites, é só numa democracia burguesa como a nossa

Augusto Araújo disse...

Kelly

O Primeira Leitura fechou faz tempo.

Revista direitista não dá IBOPE, melhor as politicamente corretas mesmo.

Mas o Reinaldo Azevedo, o antigo editor, é o blogueiro referencia no meio politico hoje. Tá na VEJA mesmo. Reaça.

Outra, se o "neoliberalismo"fracassou, o q vc ,me dirá do socialismo e da social-democracia

na verdade nao sabem o q é neoliberalismo, as reformas brasisleiras foram uncompletas e o q de bom desfrutamos hoje forma graças a algumas q fizeram

Augusto Araújo disse...

por que uma “ilhazinha” sem peso econômico, sem importância comercial incomoda tanto, e contra ela se erguem tantos grupos econômicos, como se por ela fosse ser iniciada a derrocada final do capitalismo...

=> Para salvar a ilha do colapso economico total Fidel abriu a ilha para investimentos em turismo, patrocinado pelos empresários capitalistas, lógico

=>o capital nao se importa tanto com Cuba, se os EUA quisesem mesmo acabar com Fidel já teriam invadido lá depois do fima da guerra fria. O q precisa ser resgatada é a verdade.

=>se informe emlhor sobre o embargo, fora os EUA qualquer outro país pratica comércio com Cuba. Mas afinal, os EUA nao sao imperialistas? Entao comercializar com eles eh bom ou ruim, na verdade eles só fazem o q Fidel mandou, ou seja, nao os exploram

=> acho q a gente devia se espelhar mesmo era na Coréia do Norte, a única q está mantendo o sonho socialista...

Unknown disse...

Augusto

Só prá lembrar...tinha uma musiquinha um tanto quanto brega e um tanto quanto ufanista que foi sucessão em 70

"As praias do Brasil ensolaradas,
O chão onde o país se elevou,
A mão de Deus abençoou,
Mulher que nasce aqui tem muito mais amor.
O céu do meu Brasil tem mais estrelas.
O sol do meu país, mais esplendor.
A mão de Deus abençoou,
Em terras brasileiras vou plantar amor.
Eu te amo, meu Brasil, eu te amo!
Meu coração é verde, amarelo, branco, azul anil.
Eu te amo, meu Brasil, eu te amo!
Ninguém segura a juventude do Brasil."
Essa introdução, é só pra deixar registrado que no Brasil, assim como havia a resistência/denúncia contra a ditadura militar (Chico, To Zé, Milton Nascimento...) havia também os artistas que pensavam diferente, e escreviam musicas desse tipo.
Assim como em Cuba, dizer que todos pensam igualmente é uma afirmação "a-hitórica".
Quando questiono sobre a manifestação artísitca cubana contra "comunismo", é porque as foram e são isoladas e minoritárias, não chegam a expressar o sentimento popular.
Quando utilizo a arte como parte do meu questionamento, falo dela como uma expressão do imaginário coletitivo. Históricamente ela também dá conta de expressar os desejos, as angústias as tristezas, as esperanças, os conflitos, a luta pelo poder, as injustiças de ums organização social.
No entanto, esse é um elemento que particularmente observo , porque adoro a arte popular, mas para muitos não faria o menor sentido.
Agora sejamos mais pragmáticos: os cubanos, caso, não suportassem o governo de Fidel, já teriam colocado ele prá correr há muito tempo!!! Eles seriam ajudados/apoioados/instrumentalizados/munidos/abastecidos e até abençoados pelo IMPERADOR MUNDIAL para novamente se insurgirem contra o governo...caso fosse o desejo dos cubanos nínguem os deteria.
É duro, pra uns...mas a maioria dos cubanos optaram por Fidel, doa a quem doa...

Quanto a revista Primeira Leitura de fato ela deixou de circular em 2006 (mas não ia deixar barato!!!- que outra revista eu poderia citar para construír aquele parágrafo tão essencial para o meu texto???) Ela faliu junto com o neoliberalismo...não existia mais uma função objetiva para sua existência, não havia mais necessidade material...
foi no sentido de é só pra vc não dizer que
Vou continuar com os portais econômicos!!,...para um bom entendendor meia palavra...$$$$$$$$

Maria-Sem-Vergonha do Cerrado disse...

Kelly, senti-me muitíssima contemplada com as suas respostas às "provocações" do Augusto Araújo.Aliás, não acho ruim qdo essas provocações são explicitadas porque geram diálogo na controvérsia, e diálogo, como muito bem nos ensinaram os gregos são fundamentais para o conhecimento. O pior é qdo ficam camufladas, alimentando preconceitos. Qdo vi a polêmica aqui no Maria-sem-vergonha gritei OBA! O som dos nossos megafones no coreto virtual está indo além da nossa praça. Também pensei: como uma ilha tão pequena no Caribe consegue incomodar tão profundamente não só os EUA, mas os capitalistas, principalmente, os ligados ao setor rural, onde o pensamento e os valores são mais arcaicos e onde a família, a tradição e a propriedade têm raízes mais fortes!Claro, Cuba pela sua resitência, pela coragem do seu povo, desperta em nós uma relação afetiva e é aí que o espírito da revolução fica mais forte. Cuba é a prova viva de que o socialismo não foi enterrado com a queda do muro do Berlim e nem com a presunção do Fukuyama que decretou o fim da história sem nenhuma base científica. A resistência econômica e cultural de Cuba, ainda mais qdo desafia o império estadunidense, o el diabo, é considerada inaceitável para os capitalistas que, antes de apontarem os mísseis das palavras contra a ilha, deveriam assumir que o país icone do liberalismo econômico, os EUA, praticam protecionismo de mercado, tem institucionalizada a pena de morte, mantém em Guantánamo presos políticos em situação deplorável, pratica terrorismo de Estado contra povos que decidem contruir os seus destinos com soberania. O próprio estadunidense Noan Chominsky, intelectual respeitado em todo mundo, diz que os EUA são os maiores terrorista do globo. Não cabe aqui fazer a comparação, até porque um blog não seria suficiente. Mas é só colocar na balança o que o capitalismo faz com a humanidade. Hoje, dois terços da população vivem na miséria.A nossa realidade sócio- econômica global é uma catástrofe. 20% da população mundial concentram 82,7% da renda, enquanto os 80% da população restante detém somente 20%. E esses dados são oficiais dos organismos internacionais...acho que não preciso falar mais nada.

Picolé Frutos do Mato disse...

Olha Kely, passei para ler e me surpreendi, coisa boa.

Quanto ao pentelho neoliberal anti-qualquer coisa que vagamente expresse boa vontade política e chinga todo mundo de desinformado, já que estar cônscio de tudo que acontece é só aqueles boçais que insistem em ser aplaudidos durante a dança de maluco, quase não deixei o recado que queria dar a você e aos leitores do Blog, e é acho que é essa a intenção dos provocadores que chateiam sempre em defesa do indefensável: impedir um passeio agradável entre opiniões políticas que consegue elucidar com clareza a indignação de ler na capa da revista mais lida a violência escroque dos que vendem mais...

Enfim, Kely comecei a ver pãezinhos de queijo do domingo com outros olhos!

Augusto Araújo disse...

Olá pessoal

Acho q as comus do Orkut sao bem ágeis e talvez um pouco mais apropriadas para debates (dá pra colocar links, etc). Vou tentar ser sucinto aqui.(com ceretza deixarei algo pra trás)

1- nao procede q os cubanos tirariam Fidel do poder caso quisessem. Há os q apoiam o regime por se beneficiar dele (o exercito e a burocracia, a nomenklatura) e há os abduzidos pela doutrinaçao castristas (algo semelhante ao 1984 de George Orwell).

é algo como afirmar q em pleno auge do nazismo, os alemaes pudessem se livrar de Hitler, ou do comunismo q os soviéticos pudessem se livrar de Stalin ou q os cambojanos pudessem se livrar do Khmer vermelho

onde há supressao da democracia e instala-se a ditadura, seja de esquerda ou de direita (empiricamente esta foi muito menos pior do q a primeira) nao podemos dizer q a sociedade pode se livrar do seu algoz se quiser

2- Nanci, fora do circulo academico o pessoal tá cagando e andando pra Cuba. Ela representa risco zero para o sistema. Eu me entristeço de ver tanta gente ainda se enganando com falsos líderes

Chomsky é um cretino, negava as atrocidades do Khmer Vermelho. Sorte dele estar num país democrático e q preza a liberdade de expressao. Diferente dos governos q ele defende.

3- Nao "chinguei" ninguem de desinformado, até por que o correto é "xingar". Mas falei q há falta de informaçao sobre o assunto sim.

Nao li o "A ilha do Dr.Castro" de uns autores franceses. Mas ouvi dizer q á bons subsídios pro tema.

Até defendi o direito de q cada um tem de ler o que quiser. Só lembrei q na ilha do Dr. Castro vc só pode ouvir a voz do governo. Nao há pluralidade de pensamento ou liberdade de expressao (como jornalistas defendem um regime q a sua propria profissao nao poderia ser exercida com liberdade de imprensa?)

1984 ou A revoluçao dos Bichos de Orwell nao poderiam descrever melhor Cuba.

Aliás, cada vez mais percebo q sou dos poucos q parte pro debate saudável. A pentelhice nao foi gratuita.

pode me chamar de neoliberal, reaça, conservador ou o q quiser.

eu te chamo de perfeito idiota latinoamericano

Maria-Sem-Vergonha do Cerrado disse...

Augusto Araújo, vc ultrapasspou os limites do bom debate e está apelando. Argumentos não me faltam para rebater os seus comentários, especialmente a sua defesa dos EUA, mas confesso que hoje, sexta-feira, depois de cinco dias no Rio, com a alma serena, com um desejo enorme de tomar banho de chuva e andar descalça, prefiro deixar para vc um texto lindo do subcomandate insurgente Marcos:
Falamos com operários, camponeses, professores, estudantes, colonos, donas de casa, motoristas, pescadores, taxistas, secretários, empregados, vendedores ambulantes, pessoas de bandos, inválidos, locatários do mercado, desempregados, trabalhadores nos meios de comunicação, profissionais, religiosos, homossexuais e lésbicas, artistas, intelectuais, homens, mulheres, meninos e meninas, jovens e anciãos.
E falamos também com muitos indígenas.

Como você nos mandou, fomos espelho para os indígenas de todo o país.
E eles também foram espelho para nós.
Eles viram a si mesmos na nossa digna rebeldia.
Nós vimos nós mesmos em sua rebelde dignidade.
Foi isso que aconteceu conosco e com eles.
E entendemos que para sermos olhados, temos que olhar.
E para olhar tem que se abrir os olhos.
E para abrir os olhos tem que se abrir a palavra.
Para nós zapatistas não foi fácil abrir a palavra.

Tivemos que fazer uma guerra.
Companheiros como Sebastián, Severiano e Hermelindo tiveram que morrer. Abrimos a nossa palavra com estas e com outras mortes.
E com a nossa palavra se abriram também os nossos olhos.
E, assim, pudemos olhar para os outros.
E, assim, pudemos exigir que nos olhassem, que nos ouvissem.
Fazer com que nos olhassem e nos ouvissem nos custou guerra e sangue.
Fizemos esta viagem com o olhar e a palavra que os nossos mortos nos deram.
Quando olhávamos, nossos mortos olhavam.
Quando falávamos, nossos mortos falavam.
E olhando e falando também ouvimos e fomos olhados.

Em nosso olhar, vimos muitos jovens e muitas crianças.
Em nossa palavra, falamos com muitas crianças e muitos jovens.
Porque a maioria dos que acompanharam esta marcha era de jovens e crianças.
Vieram de todos os caminhos.
Reuniram-se em todas as cidades.
Chegavam querendo ouvir.
Ou seja, chegavam procurando.
Ou seja, olhavam.
Porque é quem está procurando que escuta.
Porque é quem está procurando que olha.
É que quer encontrar alguma coisa.
É que quer encontrar-se.

Falamos às crianças e aos jovens com palavra de verdade.
Dissemos a eles claramente que não éramos o que procuravam.
Não éramos nós, porque nós também estávamos procurando.
Eles e nós estávamos procurando a nós mesmos.
E procurando-nos, nos encontramos um com o outro.
Eles nos encontraram.
Nós os encontramos.
E ao encontrar-nos, nos olhamos.
E nós vimos neles a palavra que os nossos mortos haviam falado.
Porque eles nos disseram que os jovens e as crianças eram o que nós procurávamos.

Ou seja, a esperança.
Ou seja, a rebeldia.
Ou seja, a generosidade.
Ou seja, o compromisso.
Ou seja, o amanhã.

E você tem que saber disso companheiro, companheira.
Que as crianças e os jovens foram generosos conosco.
Comprometeram-se conosco.
Rebelaram-se conosco.
E partilharam conosco a esperança no amanhã.
Por isso, companheiro, companheira, temos muito que agradecer aos nossos mortos.

E temos muito que agradecer aos jovens e às crianças.
Porque uns e outros nos ensinaram a procurar.
Uns e outros nos ajudaram a encontrar e a encontrar-nos.

Então, podemos dizer aos nossos mortos que eles tinham razão sim.
Que um dia irá amanhecer.
Que nesse dia não haverá rostos ocultos.
Que nesse dia o sorriso não se perderá por trás de uma máscara.
E nesse dia nossos mortos irão viver.
E esse dia irá amanhecer graças às crianças e aos jovens.
...

E saudamos como sempre saudamos os nossos mortos.
Com uma flor.
Com uma flor dizemos a eles que vivem.
Com uma flor dizemos a nós mesmos que vivemos.
Que os nossos mortos vivam para sempre.
Que a morte morra para sempre.
Sebastián, Severiano, Hermelindo, crianças, jovens.
Aqui está a nossa saudação. "

Democracia!
Liberdade!
Justiça!

Augusto Araújo disse...

Uai Nanci

o cara me chamou de pentelho neoliberal antiqualquer coisa

essa alcunha de perfeito idiota latinoamericano tem sua razão de ser, não é um xingamento qualquer, não é por mal

poderia chamá-lo de inocente útil, talvez para ficar mais leve

Já q sou pentelho neoliberal vai uma poesia de Byron q Lady Thather declamou em Praga, aquela q foi gentilmente invadida pelos amigos do Dr. Castro , em 1968

“Espírito eterno do pensamento desacorrentado

Liberdade!

Mais brilhante és nas masmorras,

Pois lá a tua única morada é o coração

O coração que só o amor por ti pode unir

E quando seus filhos são subjugados aos grilhões

Aos grilhões e à obscuridade da cela úmida

A Nação vence com martírio

E o nome da Liberdade encontra asas em todos os ventos”

Maria-Sem-Vergonha do Cerrado disse...

Ah, Augusto! Achei que não teríamos nada em comum, mas que surpresa boa. ADORO o Byron...aliás, vc me inspirou a postar poemas dele no blog...farei isso mais à noite.

Augusto Araújo disse...

Pois é, pelo menos o Byron né

Pra ser nacionalista eu gosto tb de Álvares de Azevedo e sobretudo Augusto dos Anjos (este é o melhor de todos), meu xará

Maria-Sem-Vergonha do Cerrado disse...

Eu também adoro Álvares de Azevedo, Augusto dos Anjos, Rimbaud, Baudelaire, Rilke, Hölderlin, Eliot, Pound, Pessoa, Otávio Paz,Brecht e muitos outros....

Unknown disse...

Augusto, lendo seus argumentos observei que nós também temos pontos em comum:
- vc, utilizando uma linguagem bastante chula (prefiro não repetir) concluiu que somente a academia está importando-se com Cuba, ou seja que ela não tem a menor importância...
Não sei se está lembrado mas foi exatamente o que questionei inicialmente
- Porque uma ilha pequenina sem expressão econômica incomoda tanto...?
Pelo jeito você rendeu-se ao meu raciocínio inicial.
Não fique triste, são as contradições...latentes, presentes, em tudo. A realidade não é linear...e isso me dá esperanças.

Anônimo disse...

Kelly...

Penso que a Veja j� passou da hora de falir mesmo. � �mpressionante o tom tendencioso e oportunista das mat�rias. O que vem acontecendo na Veja chega a ser um desrespeito ao leitor. Bem, quanto a Cuba, estive l� recentemente, e vi um povo muito alegre e feliz com seu pa�s. Fidel n�o fez a revolu�o. O povo cubano foi quem fez a revolu�o porque n�o aguentava mais a tortura pela qual era submetido no governo de Fulg�ncio Batista. Que na pr�tica tb era um corrupto. Cuba seria Las Vegas hoje caso o POVO CUBANO n�o tivesse assumido o poder. Acredito tamb�m que � muito dif�cil analisarmos a hist�ria de Cuba com a vis�o de quem s� vivenciou o capitalismo. Cuba tem muitos problemas, mas quantas evolu�es, quantas conquistas tb...
ah! Augusto por que voc� n�o tira uns dias para conhecer a ilha????

Augusto Araújo disse...

Josy

Vc conheceu a Cuba dos cubanos ou a Cuba dos turistas? Elas sao bem diferentes.

Tem a Cuba de Miami tb. Há 2 milhoes de cubanos nos EUA e 11 milhoes na ilha.

Um dos meios de sobrevivencia dos q estao na ilha eh esperar o dinheiro dos q estao nos EUA. Aí Fidel nao reclama de nada, afinal sem esses dólares a convulsao social seria inevitável.

Vc conversou com algum balseiro ou alguma gineteira? (há muitas na ilha, muitissimo mais q antes da Revoluçao)

Um parente meu q foi lá disse q o povo se acostumou com aquela vida. Pouco trabalho, a tarde todos na praia.Realmente há cubanos felizes mesmo na miséria.

Acontece q é se acostumar ou morrer fuzilado ou enfrentar o mar.

Isso é liberdade de escolha?

Tem gente q vê e não enxerga. Quem deve voltar pra Cuba é vc.

Augusto Araújo disse...

Olha acho q vou me abster do debate por enquanto. Sao cliches q se repetem. Vou só esclarecer algumas coisas.

Fulgencio era ruim, mas Fidel conseguiu ser pior, se informem agora ou esperem a sua morte para depois saberem de mais coisas q só ae serao reveladas.

A prisoes de Cuba sao chamadas de merdácias, imaginem por que.

Fidel traiu a revoluçao. Assassinou os companheiros revolucionarios q buscavam democracia para ilha e nao a ditadura comunista q Fidel implantou

Entendam. Cuba é uma ditadura comunista. DITADURA COMUNISTA.
Nao é governo do povo coisissima nenhuma.

Me digam uma ditadura comunista q foi boa. Sao bons em propaganda, por isso q inocentes úteis como vcs ainda sao enganados.

A Nanci tem meu perfil no orkut, quem quiser links é só me postar q forneço

abs!

Anônimo disse...

É... a tal revolução da informação - graças à informática não parece ser muito inteligente.
O que vejo é uma troca de ofensas mútuas de pessoas que, entendo terem até boa vontade, mas que perdem-se em suas análises sem conhecimento de causa.
Fidel foi sim um libertador do tal "Fugêncio", mas ele mesmo bebeu do cálice de quem um dia expulsou e passou a agir de igual forma ditatorial.
Ninguém pode negar que Cuba tem os mais elevados índices de natalidade, alfabetização e outros números que enchem os olhos. Conquistas de Fidel? Também... com o consentimento do povo que aprendeu a se calar, ainda que a duras penas.
Mas, o que fazer com o número exacerbado de pessoas que fugiram ou tentaram fugir da ilha? O que falar dos cubanos que amam sua terra, mas para lá não voltam enquanto Fidel não for "plantado"?
Porque os atletas cubanos quiseram fugir de suas delegações no Pan2007?
Essa pluralidade de veículos para expressão ao invés de nos tornar pessoas mais tolerantes, está criando um bando de fundamentalistas que parecem ter feito curso intensivo no Oriente Médio. Uma se recusa a ler a matéria pq já sabia todo o conteúdo que não estaria lá e, portanto, informação que não esteja de acordo com o que se espera não deve ser lida. Outro, com quem concordo em grande parte das afirmações (o Augusto) não consegue conter a ira nas respostas aos questionamentos da autora do post.
Ao invés de formarmos a galera que de um lado que demonizar Fidel e do outro quer torná-lo o último messias do comunismo, deveríamos buscar aprender com os erros e acertos de Fidel e seus "companheiros".
O confronto de idéias acredito ser saudável, mas não encaro que é isso que estamos fazendo. Estamos fingindo que somos de esquerda, direita, centro, marxista, neoliberal, socialista, social-democrata e mais essa panacéia de rótulos que não definem nada nem ninguém. O mínimo que deveríamos fazer é aplicar o léxico tão apurado em contribuições sociais de fato abrangentes quem sabe nas escolas de nossas periferias. Usar o nosso tempo dedicado ao ócio, para, quem sabe, pra compartilhar o conhecimento específico em Economia Doméstica, Esportes, Justiça etc com vizinhos, associações de moradores, órgãos de representação de classe e afins.
Já que temos tanto tempo pra discutir sobre o que é certo ou deixa de ser certo para Cuba, façamos o certo ao menos pelo nosso país. Depois que o Castro-comunismo for sepultado, -sua agonia já está evidente até para cegos- quem de fato vai usufruir alguma coisa da ilha são os americanos. Se o fizermos será em escala infinitamente menor e se muito for como turistas mostrando as praias paradisíacas.
Já que os rumos de Cuba em nada serão alterados pela nossa achologia e defesas quase religiosas, façamos o bem a quem nos cerca. Partilhando com o maior número possível o que temos de melhor. E isso com pessoas de carne e osso. Os blogs são fonte de informação e desinformação, lazer, entretenimento, cultura, futilidade e etc... devemos aproveitar esse veículo que abre caminhos para tantos receptores da nossa mensagem, sem esquecer de manter o mínimo de comunicação com troca de conhecimento e experiências com pessoas que estão bem debaixo do nosso nariz e não sabem quem é Fidel, não sabe o que é comunicismo, socialismo, neoliberalismo e afins, mas sabe por exemplo que é vc. Alguém que sabe nosso nome, algumas preferências qualificação profissional, nutre admiração por qualquer razão, mas não pratica conosco uma das maiores dádivas do ser humano: a comunhão do conhecimento e a troca das experiências.
Sei que poucos lerão isto, mas quis manifestar-me como forma de desabafo e revelação de que apesar de todas as nossas mazelas individuais ou em sociedade, continuo acreditando no homem.

Maria-Sem-Vergonha do Cerrado disse...

Emanuel, como vc não me conhece e nem conhece os meus amigos que postam aqui no Maria-sem-vergonha, vou relevar os seus conselhos a nós dirigidos. Temos uma história de atuação em defesa dos direitos humanos, especialmente, em defesa daqueles e daquelas que a sociedade capitalista joga literalmente no lixo: crianças e adolescentes de rua, índios, sem-terra, desempregados...a lista é grande. A coisa que eu aprendi desde cedo é enxergar o que está diante do meu nariz, sou filha de um retirante nordestino, um sobrevivente da fome e da cerca...sei muito bem o que é ser filha da miséria, por isso olho o mundo a partir da minha aldeia...Este blog existe para falar sobre tudo, basta vc olhar os textos postados...falo da minha aldeia e falo de outras aldeias, inclusive sobre Cuba, isla hermosa, ...aqui nada é proibido...volte sempre que desejar...

Unknown disse...

Emanuel...
...eu prefiro fazer do meu "ocio" o que os gregos faziam estudar filosofia, aprofundar a vivência por meio do pensamento, da criatividade e da partilha desse momento com os outros que também tenha o mesmo desejo.
Na sociedade grega (modo de produção escravista era privilégio de poucos.
E faço no tempo que me é "sobrado"...
Quanto as suas sugestões de economia doméstica, esporte ... a maria-sem-vergonha prefere temas menos árduos...tem blog especializado nesses assuntos que vc sugeriu...
Quanto a questão de Justiça,...
O eixo temático desse blog é a JUSTIÇA SOCIAL, ou você não se deu conta?
Faço também uma sugestão de leitura do Jornal Estadão sobre o caso dos atletas cubanos...o desfecho foi muito engraçado acho que por isso a Globo não divulgou...
A Agencia Carta Maior também escreveu uma matéria chamada Nocaute Técnico, sobre o mesmo assunto.