quinta-feira, 6 de março de 2008

Mulheres admiráveis – As bruxas que ajudaram a transformar a História

Dorcelina Folador
Olympe de Gouges
Anais Nim


Clara Zetkin e Rosa Luxemburgo


Olga Benário

Pagu

Mais um 8 de março se aproxima...Não, não, não quero flores! Não, não, não quero perfumes! Não, não, não quero presentinhos! Não me venha com aquele “parabéns”!. Eu quero é movimentos, reflexão, fazer um balanço: que mulher eu sou neste século XXI? Que tipo de profissional eu me tornei? Como anda a minha solidariedade? Com quais valores tenho educado os meus filhos? O que tenho feito para transformar o mundo ou o meu pequeno mundo? Como tenho cuidado do meu corpo, da minha sexualidade, dos meus desejos? Como tenho me relacionado com a outras mulheres? O que tenho feito pela busca da igualdade? Como anda a minha relação com o meu companheiro?
Não tenho nenhuma dúvida. Nasci no século da revolução feminina, marcado pela conquista do nosso direito ao voto, pela nossa inserção em massa no mercado de trabalho, pela presença majoritária nas universidades, por mudanças culturais importantes, pela conquista de direitos civis e sociais importantes. Mas no campo econômico ainda temos muito a avançar para que a riqueza seja partilhada. De toda riqueza mundial, detemos apenas 1%, ou seja, o capital pertence aos homens. Na política, de acordo com o último levantamento divulgado pela organização internacional União Interparlamentar, com sede em Genebra, na Suíça, o Brasil ocupa a 146ª posição em um ranking sobre a participação das mulheres nos Parlamentos em 192 países do mundo. Na América Latina o Brasil fica à frente apenas de Haiti e Colômbia no que se refere à proporção de mulheres deputadas. Um outro aspecto da desigualdade de gênero é a violência. De acordo, com pesquisa da Fundação Perseu Abramo, a cada 15 segundos uma mulher sofre algum tipo de agressão no país. A violência é uma das faces mais perversas do sexismo. E a melhor arma para coibi-la é sem dúvida a Lei Maria da Penha, a qual merecia dos governos federal, estadual e municipais recursos para campanhas educativas na televisão divulgando as suas garantias. A Lei Maria da Penha deveria ser impressa nos saquinhos das padarias...
Enquanto isso não vem, sei que o 8 de Março também é um dia para celebrar onquistas. Sim. Só de imaginar que no antigo Código Civil precisávamos da autorização do marido para fazermos compras..ria.. mas é verdade. A nossa revolução mudou a lei, mudou tradições, mudou culturas, mudou sentimentos e tem de mudar as gerações futuras. E essa revolução, ao longo da história, esteve ligada aos movimentos de esquerda. Vale lembrar o papel decisivo de Olympe de Gouges na Revolução Francesa que, pela ousadia de escrever a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã e questionar o machismo e o conservadorismo dos jacobinos, foi condenada a morrer no cadafalso em 1793.
A partir de hoje, durante toda semana, o Maria-Sem-Vergonha vai dedicar a falar de nós, mulheres, especialmente, das bruxas que com ousadia ajudaram a transformar a história, erguendo bandeiras, queimando soutiens, utilizando o corpo como um discurso político e estético, desenhando sonhos, denunciando desigualdades...Ah! Essas bruxas, suas poções mágicas me enfeitiçam, me dão força, coragem, para seguir em frente, com a cabeça erguida, fazendo justiça quando nuvens de injustiças param sobre o meu céu.


Pagu - Maria Rita

porque nem toda brasileira é bunda




2 comentários:

nietzsche disse...

Pois é, o 8 de Março se aproxima e a luta das mulheres nao para e nao deve parar. Em todo canto ela esta em movimento, embora em outros lugares ela esteja acuada, pisada, queimada viva em nome da honra machista como no Afeganistao, no Iran, na India; é preciso coraçoes fortes e humanos pra continuar ou iniciar a derrocada. Enquanto ela for trocada como mercadoria, entregue como dote de casamento, ofertada nas maos de homens que fazem a incisao(em portugues nao sei o que é isso) mas impede a mulher de ter prazer, como na Nigéria e outros paises da Africa. Como dormir em paz com tanta coisa errada? Aqui em Paris mesmo, ha dois anos, uma garota teve 70% do corpo queimado porque ela nao quis namorar um paquistanes.

Anônimo disse...

ultimamente tenho pensado muito no ideal de vida que a mulher deve ter ,tenho encontrado respostas aqui. que bom saber que tenho maria-sem-vergonha....para recorrer...